Mensagem do dia

18 setembro 2016

O tempo passou e nada mudou.

                      
                               Sinto vergonha de mim!
Por ter sido educador de parte desse povo,
Por ter batalhado sempre pela justiça,
Por compactuar com a honestidade,
Por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,  
a ausência da sensatez no julgamento da verdade,  
a negligência com a família, célula-mater da sociedade,  
a demasiada preocupação com o “eu” feliz a qualquer custo, buscando a tal “felicidade” em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos “floreios” para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre “contestar”, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim,
pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha
impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!  Cleide Canton.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.


As  palavras destacadas em cor vermelha são de  Ruy Barbosa, em um discurso feito no senado federal em 1914,  completa os versos de Cleide, e nos  leva a refletir , mesmo de  ter  passado muitos anos, continuam nos mostrando de que nada mudou.

2 comentários:

  1. Lindo e bem atual mesmo!Faz pensar! bjs,linda semana,chica

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  2. Como Portuguesa que sou, não quero opinar, para não melindrar, mas entendo mto bem seu texto e a frase a vermelho de Ruy Barbosa.

    Beijos com carinho.

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Para você tudo de bom e um carinho sempre novo em agradecimento pela sua presença no fim do arco iris. Abraços.

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